Aos 26/11/2024, finalmente o MASP anunciou a conclusão das obras do seu segundo edifício, o Pietro Maria Bardi.
Para quem ao longo de décadas viu àquele prédio “abandonado”, como eu, foi uma grande alegria. O Ed. Dumont-Adams construído em 1958 foi residencial até 1990.
A volumetria do novo edifício Pietro é composta por um prisma retangular regular com um pavimento térreo transparente em consonância com o vão livre, de acesso público, criando um pano de fundo discreto para o edifício sede do MASP.
Os andares superiores são revestidos por “uma pele” de chapas de alumínio perfuradas e corrugadas/plissadas que unifica as fachadas, permite a entrada de luz natural com aberturas estrategicamente posicionadas no controle de iluminação e temperatura exigido para a exibição de obras de arte e o bem estar dos visitantes.
A “pele” de chapas de alumínio permite a formação de uma camada de ar entre o edifício, criando um microclima, aliviando o sistema de ventilação e climatização o que reduz o consumo de energia.

O projeto embarca tecnologias avançadas para os sistemas de climatização, iluminação e segurança de museus (inclusive). Os materiais utilizados (concreto aparente, alumínio, aço, vidro e pedra) em conjunto com sistemas industrializados, permitem a configuração de espaços adequados aos padrões de arquitetura e construção contemporâneos e fazem referência a algumas características do MASP.
Uma parte essencial do projeto é a interligação subterrânea entre os dois edifícios, que será feita sob a rua paralela. Outra transformação importante será a transferência da bilheteria para o prédio Pietro, liberando o vão livre e devolvendo a este espaço a sua utilidade como praça pública, uso defendido por Lina Bo Bardi desde que idealizou a atual sede do MASP.

O acesso dos visitantes é possível tanto pela Rua Professor Otávio Mendes – onde estão localizadas a bilheteria e a loja do museu – quanto pela Avenida Paulista. Neste espaço, o público terá acesso aos serviços de um restaurante/café. O primeiro andar conta com uma área multifuncional, com um espaço interno preparado para receber exposições e eventos, além de um terraço. Os espaços dedicados exclusivamente a exposições ocupam cinco andares, com pé-direito de aproximadamente 5 metros. São áreas amplas e flexíveis, adaptáveis a variadas curadorias artísticas.
Por limitações físicas, pouco mais de 1% do acervo do museu era exposto. No total, o MASP possui mais de 11 mil obras entre pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos, que abrangem a produção de todos os continentes. Esse é mais um dos aspectos que será impactado positivamente com a inauguração do “novo” MASP, composto por 14 andares e 7.821 m².

Fotos: Pedro Kok©, Eduardo Knapp© e Metro Arquitetos.
Mais detalhes da inauguração, vide links:
https://casavogue.globo.com/arquitetura/edificios/noticia/2024/12/anexo-masp.ghtml
